A marcha foi autorizada pelo Governo do Estado de Orissa, apesar do medo de que o evento despoletasse mais ataques contra cristãos.Oficialmente a manifestação organizada por grupos de radicais hindus tinha por objectivo protestar contra as autoridades, por não ter sido ainda detido nenhum responsável pela morte do líder hindu Swami Laxamananda.
Recorde-se que foi a morte deste religioso que despoletou a mais recente purga contra os cristãos do Estado de Orissa, que se espalhou para outros pontos do país. Os seus seguidores culparam os cristãos apesar de as autoridades terem dito desde o início que o Swami tinha sido assassinado por rebeldes maoístas.
Contudo, nos cartazes afixados a convocar as pessoas para o evento, referia-se que um dos objectivos era marchar “contra as conversões e a matança de vacas” e ainda “em defesa do hinduísmo e da cultura tribal”.
O Governo do Estado de Orissa, que está nas mãos do partido radical hindu BJP, autorizou a marcha apesar dos medos de que esta pudesse piorar a onda de violência que continua a fazer vítimas em Orissa.
No passado dia 11 de Novembro uma das poucas igrejas católicas que ainda estavam de pé foi totalmente destruída na aldeia de Tiangia. O Conselho Cristão de Toda a Índia (CCTI) contabiliza ataques em mais de 315 aldeias. Segundo o CCTI, desde o início desta purga em Agosto passado, terão sido queimadas cerca de 4.600 casas, 53 mil pessoas continuam deslocadas e confirma-se a morte de pelo menos 60.
Note-se que o Partido Comunista de Orissa fornece um número muito superior de vítimas mortais, apontando para 500 vítimas.
Fonte: Rádio Renascença (Portugal), 17-11-2008 15:21
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