Em rua de Teerã, vendem-se papais noéis e árvores de Natal a muçulmanos
Na República Islâmica do Irã, o Natal cristão é praticamente invisível.
Não há decoração em locais públicos, nem feriado, nem rostos de Papai
Noel em produtos de supermercado. TVs e jornais ignoram a data.
![]() | |||
Mulher passa por árvores de Natal em rua de Teerã; artigos natalinos são vendidos a muçulmanos
|
Mas uma rua de lojas no centro de Teerã foge à regra e vibra num clima natalino sem complexos.
Dos dois lados da rua Mirzaye Shirazi há fileiras de vitrines
abarrotadas de produtos de Natal, como em qualquer cidade do Ocidente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMpSaZV5n4fz9wFakpO23pH808RI_ha9ZnJVLYXvIpnn-q5zKKjZ76GhNgPmc4WSa89JwMRK7RmJvbzoFgjHFLxnQqHatNgI0wqqwXJb6WcgOjbH2IRUtS5hkJgug47pj5x4V9Di69aYWm/s320/109905-400x600-1.jpeg)
Algumas exibem inclusive bibelôs de porcelana representando Jesus Cristo na cruz.
Dentro das apertadas lojas, vendedores parecem sobrecarregados com tanta gente para atender.
A clientela é formada essencialmente por muçulmanos, apesar de o Irã ter
uma população cristã --300 mil pessoas, a maioria armênios, num país de
78 milhões.
A Folha viu gente de todos os tipos circulando pelas lojas,
inclusive mulheres cobertas com o chador integral, véu preto usado nos
meios xiitas mais conservadores, que deixa apenas o rosto à mostra.
"Natal tem a ver com alegria, e a alegria pode estar em qualquer
religião", diz a marqueteira Zohreh K., 29, muçulmana, enquanto olha
árvores de Natal numa vitrine.
"O Natal hoje é universal", afirma o também muçulmano Nasrin H., 37, acompanhando a filha de quatro anos de loja em loja.
Na fila do caixa de uma das lojas, o empresário Vahid J., 50, carrega um
Papai Noel e enfeites para árvore. "Minha filha de cinco anos pediu",
justifica.
ENFEITE CHINÊS - As lojas são todas parecidas, em aparência e conteúdo. Os donos dizem
que a mercadoria é importada da China e que, fora do Natal, vendem
bichos de pelúcia e enfeites para casa.
Segundo os empresários, os negócios vão bem, mas as vendas são
inferiores às de anos anteriores, reflexo da crise econômica e das
sanções financeiras impostas ao Irã por causa de seu controverso
programa nuclear.
Apesar do clima descontraído na rua, falar de Natal pode gerar desconforto.
Cerca de metade das pessoas abordadas na rua pela Folha se recusou a conversar, temendo se expressar publicamente sobre um tema escorregadio.
Apesar do resmungo de alguns policiais, relatado por vendedores, a lei
não proíbe a venda de artigos de Natal, nem bane cultos cristãos.
Mas quem propaga crenças não islâmicas está sujeito à prisão. ONGs dizem
que há dezenas de missionários evangélicos em prisões do Irã. E todo
iraniano muçulmano que trocar sua fé por outra pode ser condenado à pena
de morte.
Um comentário:
Olá visitando seu blog aqui!!! Achei muito interessante a questão de como é realmente visto o Natal pelos mulçumanos,é incrivel em uma época em que as pessas deviam se unir independente de credo,raça ou classe social,os mulçumanos ainda hoje se rendem as leis do Estado!!!Que brutalidade num ja basta de tantas desgraças que ocorrem diariamente.Natal é tempo de celebração..de Cristo!!! ...lamentável..lamentavél.
Postar um comentário